31.3.10

eu quero um amor de papagaio...

e a capacidade de poder voar...

estou assistindo julie & julia. deu vontade de ter para quem cozinhar. mesmo que eu não saiba nada desta arte. então eu me lembro dos poucos, talvez o único, presentes que eu pedi para ele: um livro de receitas... era um plano nosso. mas a gente pode simplesmente tomar para nós o que era de dois. se alguém quiser me dar um dos livros de receitas do jamie oliver de presente, depois eu passo o endereço. [em português, por favor, porque não me dou muito com medidas estrangeiras!]

estou me segurando em pé porque voltar para casa tem vantagens. boas. mas tem uma desvantagem covarde provocada pelo despertador. o sono me toma!

amor de papagaio é realmente o que eu quero. começou com uma descrição de viagem ao pantanal. e eles voam juntos. aos pares. e são fiéis e companheiros. pois é.

ontem eu tive um ataque de choro ao telefone. não foi o primeiro. nem o segundo. eu já chorei e joguei as roupas para o alto amarrotadas, porque não é justo vestir assim. chorei porque eu pago pela casa. segunda prestação da casa própria. e ela não me pertence e o horizonte é meio torto. chorei porque eu demorei três horas e meia de guarulhos a berrini. daí que eu larguei a mala lá. e voltei para campinas! esta é a minha casa por hora. a casa de sempre. e nunca foi tão bom voltar!

são paulo está jogando. mas nas viagens intermunicipais não há espaço para futebol. o travesseirinho está na bolsa. celular carregado. menos de oito horas de sono. lanchinho no oitavo andar a me esperar. é hora de dizer boa noite!

27.3.10

fechado em horário comercial

é um blog de fim de semana... dos dias de acordar na cama minha, beber café de mãe quentinho, de ficar de pijama até quando canse... praticamente não existe nos dias de trem cheio, de malas arrastadas, de são paulo vista de cima. porque não sobra tempo p'ra contar os cotidianos meus. não tem registro de foto mas ontem teve exercício de abandono do wtc. tive saudade de quando abandonar era dizer 'tiau, não quero mais'. porque na vida de gente grande abandonar significa treinar pra incêndio, descer dezesseis lances de escada p'ra chegar lá embaixo e voltar tudo ao trabalho... crescer tem custos que vão além... também esta semana aconteceu de aprender que não é exatamente assim que funciona: toda regra tem exceção. no mundo dos navegadores, toda regra gera milhares de exceções! bem vindo ao mundo do release! daí que analista de campo também vai a campo! e eu passarei duas semanas em uberlândia! a verdade é que eu amei porque eu nem sei bem o que acontece por lá... mas são duas semanas de ter onde morar! a inquilina não mandou notícias... deve estar mandando lembranças... já não moro mais onde morava. últimos dias passei numa outra casa. próximos dias em outra. os outros dias comendo pão de queijo! ontem na festa dosotros ganhei presentinhos. dois pratos grandes. dois pratos pequenos. a juntarem-se aos outros todos, comprados, roubados, ganhados. há muitos pratos para a casa onde não há fogão... nem geladeira. são lindos! ontem encontrei a advogada na festa surpresa da tia. aí que a festa foi linda porque muita gente deu conta de guardar segredo por mais de seis meses e ela nem desconfiou... e a advogada disse bem assim com essas palavras que tem dó de mim porque nunca viu isso acontecer em toda uma vida de a imobiliária ser tão tosca! e foi viu? hoje teve passeio de família! compras de tranqueirinhas... conversas de reforma de casa. pai dando dimdim para toda a vida porque ele ainda acha que eu tenho dezesseis anos... eu gosto tá? a-do-ro mimos, o dinheirinho do sorvete do tio tico... fim do domingo. post que começou nas primeiras horas do dia feliz por não ter ido à aula e tá indo longe... duas horas depois de blablabla com bel. nenhuma roupa dobrada dentro da mala. e um despertador pronto p'ra ação amanhã quase hoje. cinco! acho que é hora de agir! p'ra por o pé na estrada... e começar mais uma semana. de páscoa! curta! engraçado que sempre quis voltar p'ra são paulo. mas nunca senti tanto campinas como minha casa. que lições tirar, heim mãe? e tá tudo tão confuso por aqui... hoje eu também pedi mesada p'ros meus pais. porque a constatação é triste: nunca fui tão pobre quanto quando comecei a trabalhar! fantástico tá péssimo: dicas de memorização! monte a sua senha com o horário que você acorda! heim? hora de dormir, acho...

21.3.10

dias felizes sempre voltam...



porque eu fiquei com saudade de viagens boas, cores diferentes, sonhos bons...

sonhos de consumo...

quando você inventa de ter uma casa só sua os sonhos de consumo se tornam voláteis... eu por exemplo já tive três sofás como desejo incontido. e na verdade na minha pseudo sala só cabe meio mesmo. sofá capitonet, feijão e futon eu quis...

já sonhei uma cama que não cabia na cifra. nem no quarto...

do que tem lá eu só queria a bancada do banheiro de mármore... o que me força a ter um banheiro cor de dias beges e pálidos.

a lavadora de roupa que eu já ganhei em valor não pode ser comprada porque quem escolherá o modelo será o espaço disponível. não há autonomia nem democracia nem nada. há realidade!

o preço exato de não ter um botijão de gás como companheiro de casa são $2800 em vitrocerâmica e fornos elétricos e teclas touch... coisa que até ontem a tarde eu não sabia que existia...

eu tou achando ainda que tirar as paredes pode trazer algum tipo de benefício que não apenas a satisfação do ego. se converte em menos tinta e menos papel de parede toda vez que pintar for preciso... são ideias que podem mudar ao sabor do valor!

quero uma mesa de vidro preta. cortinas que voam com o vento. espelho venesiano. almofadas coloridas. video game com os amigos. lustre de cristal. porta bonita de boas vindas. e saldo positivo todo final de mês!

incompatibilidade de gene...

preciso de geladeira, fogão, colchão, tv... primeiro de teto, pedreiro, latas de tinta, fios, tubos e conexões, espelhos de tomada, pia nova na cozinha.

preciso de paz de espírito. e do projeto de reforma. e de complementação de renda.

quando todas estas precisões estiverem desprecisadas, outras aparecerão. porque o que ficou, de tudo, é que é uma grande novela. com encontros e desencontros, com quem brilha e quem espera.

e também quero férias grudadas no carnaval de 2011, passando dias bons em new york...

quando mentir for preciso, poder falar a verdade...

hoje eu acordei com vontade de falar de amor. ainda esta semana saí com duas primas queridíssimas... e uma contava do namoro e mais ou menos de tudo que poderia ter sido e que não foi e chorava ao telefone, antes...

às vezes eu tenho vontade de chorar junto. sou fã do amor. torço, me envolvo e desejo o melhor do mundo para aqueles que acharam que era melhor que fosse tudo a quatro pés e mãos e muito coração...

porque amanhã faz exato um ano que uma das irmãs minhas casou. vinte e dois de março. na ocasião eu chamei um amigo querido p'ra me fazer companhia. era perto de onze da manhã quando ele surgiu lindo para me pegar. era por volta de seis, da tarde, do mesmo dia, quando a gente se beijou a primeira vez. então que amanhã também seria um ano de amor meu.

mas é que a história nunca é bem assim... entre idas e vindas ainda é difícil falar o que ficou. não vou falar dele, não vou contar dos fantasmas dos outros... sempre isso: cada um sabe a dor e a delícia de ser o que é...

eu amoele profundamente... dia desses a matricarca da família perguntou porquê... e daí que não tem razão. é tanto e tão forte e tão intenso que não são justificativas isoladas. não está nos cantos. é tão completo. está ali... é tudo... é olhar p'ra ele e ver o pai dos filhos, o companheiro de viagens, ver quem vai puxar carrinho de supermercado ao seu lado quando estiver tudo vazio, é p'ra quem eu quis ligar todas as tardes p'ra falar de amor.

mas nós somos quem nós somos. eu acho que saí da idade crítica de traumas bem pouco atingida por eles... tenho uma família que eu amo e admiro e desejo só o melhor. pessoas que me formaram e me formam diariamente. e a verdade é que são pessoas tão FODA de bom que seria de uma injustiça tamanha não tê-los para aprende-los...

e há na existência humana a contradição eterna de quem somos de fato e como gostaríamos que as pessoas nos compreendessem... e quem junta estes cacos somos nós. e a gente se dá para o mundo. alguns criam personagens insustentáveis com o tempo, que os tornam prisioneiros da existência. outros fazem a opção pelo riso e pela graça. outros inventam histórias que com o tempo quase que são verdades e depois já nem se sabe o que é o que... e assim se faz o mundo. que sete dias que nada...

e outro dia surgiu a dúvida. várias. aí que pela primeira vez eu quis fazer análise. a outra prima, que também saiu esta semana passada, quando começou me disse... fui porque achei que tinha um problema, quando cheguei lá descobri que eram vários. eu achando que passei com marcas nem tão profundas pela fase crítica do trauma e de repente eu posso/vou descobrir que nem é tão verdadeiro assim!

acho que a primeira coisa que você aprende com a análise vem antes mesmo da primeira conversa. porque é dum tanto caro que você fica seletivo com os problemas... quais problemas e assuntos e sei lá o que merecem, de fato, tal investimento. é ridículo por demais fazer análise pelo plano de saúde? é porque a cifra não cabe no meu orçamento de geladeira, fogão, quilo de sal e potes de veja, coloridos... pai-ê! me dá mesada?

bom, sobre o amor. não acabou. pena que não é mais história de andar junto a mesma estrada. mas conviver com a dúvida eterna do 'não sei o que quero' não cabe exatamente nas minhas expectativas de amor... então falar tiau é preciso p'ra cada um ser feliz do jeito que acha que deve... a vida é feita de escolhas...

então amanhã vai ser um dia meio triste, meio cinza. não de chorar o travesseiro todo. mas de pensar muito. amanhã também vai ser um dia de não ter onde morar... de não ter p'ra onde voltar. amanhã eu penso isso. já que vai ser um dia mesmo de pensamentos longes.

uma noite de bambas



"eu sou o samba... a voz do morro sou eu mesmo sim senhor... quero mostrar ao mundo que tenho valor... eu sou o rei do terreiro"

20.3.10

brincando de casinha!



olha ele aí!



situação original! paredes ao chão soon! muquifo lindo da minha história! eba!

o começo...

um dia minha mãe escreveu assim n'um livro todo dela e de queridos que escrever é fazer história. então que um dia eu li um blog que contava a história de ter uma casa... e foi aí que eu quis também.

p'ra começar...

voltar p'ra são paulo é plano desde que o caminhão de mudança virou a esquina. lá na zona norte... passados cinco anos quase seis de campineira, uma faculdade de geografia depois, doze meses de muita história na terra da rainha, algumas boas viagens, bons planos de ser feliz importando muito os meios, mega festa de formatura e uma crise mundial e pessoal, eis que me vejo dirigindo rumo a são paulo para uma desejada entrevista de emprego!

outubro de dois mil e nove. começo. esqueci do namoro recém terminado, das semanas de lágrimas andando de pijama. das meninas que quase que moraram comigo p'ra lembrar tudo de novo o que é ser feliz!

quando eu cheguei de são paulo naquele mesmo dia eu descobri que era eu, era meu! ser feliz e mais nada, sempre... sampa agora era realidade muito próxima.

bom, que aí foram uns dias de angústia até ser meu de verdade. já era outubro. fins... e eu fui p'ra sampa de malinha, animadíssima, ficar por uns dias na casa de uma querida. dias que perduram até os dias atuais.

é exatamente quando entra em cena a minha casa. meu apê me escolheu no feriado de novembro. custava o que eu podia pagar! era exatamente onde eu queria morar uma vez que a avenida paulista era plano em suspenso... um tamanho nem tão opressivo assim... com dois problemas: um sabido - a inquilina. um conhecido logo depois - a imobiliária.

exatamente no meio de novembro. 2009. sábado. o contrato de compra e venda foi assinado! advogada, apertos de mão, cheque da entrada [medo!] e era QUASE meu!

a verdade é que o caminho não é fácil, nunca é. muitos documentos p'ra caixa. muitas assinaturas. muitos dias de espera.

eis que o presente de natal foi a notícia que ainda mais documentos seriam necessários... quase quinze dias sem nada que pudesse ser feito porque eu penso que o calendário cristão não colabora com as pessoas que devem coisas p'ra qualquer que seja a burocracia...

nesse meio tempo eu ouvi coisas absurdas da corretora, que ela não se responsabilizaria caso o engenheiro da vistoria não conseguisse falar com ela na imobiliária. ouvi também que o contrato de compra e venda original da imobiliária havia sido dado para a inquilina e eles não tinham mais nada que comprovasse a compra/venda! ouvi que tudo nessa vida tem um custo, ainda que o custo seja trinta e cinco dinheiros... ouvi tanto que eu resolvi não falar mais nada. a santa advogada entrou em cena p'ra fazer TUDO que eles deveriam ter feito e ainda intermediou a comunicação difícil com aqueles que ganharam o meu dinheiro e também os meus piores sentimentos!

o nome da imobiliária? cleverbil.

o que mais falar deles? bom... a verdade é que eles não defendem a cliente aqui! e não fizeram aquilo que deveriam fazer. dizem por aí que é tudo meio assim.

faça um teste: ligue n'uma imobiliária e diga que quer comprar um cafofo por até 130 mil contos de réis ali na região da vila madalena, paulista. espere até 365 dias úteis e depois me conte se teve algum retorno! será que só pra mim o dinheiro é suado e insuficiente na maioria das vezes? pior! eu sei bem quanto tempo eu demoro p'ra ganhar o que a imobiliária levou de comissão, fácil, fácil...

tá. já era dois mil e dez. eu ouvi que a cef não tinha dinheiro p'ro programa de onde sairia o meu financiamento. 'tava' tudo no 'minha casa, minha vida'. só que a 'minha casa, minha novela' tava correndo solta. e o mundo dando de ombros p'ro fato de que é direito universal a ser humana aqui ter onde morar!

neste mesmo dia o gerente me contou que a proprietária casada em comunhão universal tinha tido um avc. t'ava no hospital... num ataque súbito de ingenuidade eu pensei que ali no meu apê morava um sapo, enterrado, não era possível. coitada da dona coisinha! aí que eu liguei prum ser pensante que por sorte [e amor e graças a deus e muita admiração] é meu pai e ele falou exatamente assim ó:

putaqueôpariu! se essa mulher morrer, fodeu!

aí eu entendi tudo! e chorei... que nem criança! meu apê ia parar em inventário na reta final! não podia não. ah! o namoro tinha voltado, bons ares quando os ventos sopram à deriva...

e foi no dia de iemanjá que todos assinamos folha sobre folha e eu vi que a minha dívida vai exatamente até o ano de dois mil e trinta e cinco [medão, de novo]. se for p'ro mundo acabar mesmo em dois mil e doze eu pagarei apenas umas poucas prestações! mas será, sr. deus, que dava p'ra eu passar esses dias lá em casa? de hoje até o fim do mundo?

porque a verdade é que prazo é luxo! elas [mãe mais três] sairem da minha casa para quê? eu ter onde morar? por que?

dona coisinha foi assinar o contrato com a cabeça quase aberta. aquela altura do campeonato eu precisava mesmo era da mão dela... de lá p'ra cá eu ainda não vi o dinheirinho do aluguel porque ninguém da imobiliária me contou que avisar o antigo proprietário de que o valor estava desbloqueado era minha responsabilidade.

e eles também disseram que não tinham sido informados da efetivação da venda! oi! se você tivesse feito a sua parte você teria acompanhado o processo todo! pega mal falar a verdade? isso pode ser usado contra mim? xingar não é coisa de gente adulta né? droga! =P

um dia eu fui lá medir a minha futura realidade. cafofo pequenininho viu? como que moram em quatro? não quer ir morar num lugar mais legal não? feio falar isso também né?

tou chegando a conclusão que não dá p'ra dizer muita coisa! nessas de falar e não calar, o namoro desandou... de novo... novas velhas situações... cada um sabe a dor e a delícia de ser o que é. fica o convite eterno de ser feliz e mais nada... e ó, compartilhar é palavra de ordem! fica a dica! companheirismo... essas coisas. quer namorar, meu bem?

bom, a novelinha da casa é assim... duas portas p'ra lá mora dona fulaninha. que comprou um outro apê. que mora um moço que não paga. ação de despejo nele. oficial de justiça. quinze dias p'ra sair por bem... deu quinze dias ontem! que saia por mal, dou de ombros! o que mesmo isso tem comigo? bom, daí dona fulaninha muda. a minha inquilina que disse que eu terei uma mãe no prédio [não quero, tá? tenho a minha e morro de amores] dá um tapa no apê duas portas p'ra lá e faz a mudança no braço.

a verdade é que isso não tem nada comigo. mas eu tenho que engolir esse blablabla porque só posso entrar com ação de despejo [sonho de consumo] após três meses de propriedade. não há nenhuma irregularidade, infelizmente. que é dia depois do dia do trabalho. tou eu aqui, trabalhando oito horas diária com direito a dia e tudo. uma vida de gado danada p'ra ir e voltar da labuta... hoje mais do que nunca sem ter onde morar porque daí que novelas são o que compõem a nossa história e eu já conto esta outra... andando amarrotada pelas ruas da cidade e comendo fora basicamente todas as refeições do dia... e os lanchinhos quaisquer que sejam...

então é isso... quando as quatro marias xisparem [?] de lá, todas as paredes irão abaixo! aí sim começará a diversão! e as dívidas! =P