24.2.13

ah, o amor...

eu não conheço todas as famílias do mundo. nem de longe. mas eu posso afirmar, seguramente, que eu tenho a melhor delas todas. tenho uma família que oferece casa, abrigo, comida, dinheiro, abraço apertado, chocolate derretido, bolo quente, milhas de vôo... a gente se tem p'ra tudo. e já que a minha sina é mudar, lá estava eu, em pleno carnaval, catando o que eu podia chamar de meu de verdade... mãe, a glorinha vai trabalhar amanhã segunda feira de carnaval? glorinha, você vai trabalhar amanhã? oba! vamos p'ra são paulo? e só eu sei que eu e ela nunca trabalhamos tanto assim nas nossas vidas e nas próximas também. montamos caixas, esfregamos paredes, carregamos peso. mãe também. só que menos. depois de duas viagens são paulo-campinas, o corredor do prédio tomado por caixas e coisas das mais diferentes formas, o olhar distante de quem se desfez de tantas coisas nos últimos tempos, e vem ali a minha noninha e diz: eu vou guardar todas as suas coisas bem guardadas, porque eu sei que logo logo você terá o seu cantinho de novo! eu amo vocês. 

12.2.13

alalaôôô

é carnaval. era tempos de mudança. ou mudanças. de buscar as coisas numa casa que não me pertence, olhar nas paredes os pedaços de história, sentir o peso de se deparar com a falta de plano do outro. é um não querer mais que bem querer...

Ainda que eu falasse/A língua dos homens/E falasse a língua dos anjos/Sem amor eu nada seria/É só o amor! É só o amor/Que conhece o que é verdade/O amor é bom, não quer o mal/Não sente inveja ou se envaidece/O amor é o fogo que arde sem se ver/É ferida que dói e não se sente/É um contentamento descontente/É dor que desatina sem doer/Ainda que eu falasse/A língua dos homens/E falasse a língua dos anjos/Sem amor eu nada seria/É um não querer mais que bem querer/É solitário andar por entre a gente/É um não contentar-se de contente/É cuidar que se ganha em se perder/É um estar-se preso por vontade/É servir a quem vence, o vencedor/É um ter com quem nos mata a lealdade/Tão contrário a si é o mesmo amor/Estou acordado e todos dormem/Todos dormem, todos dormem/Agora vejo em parte/Mas então veremos face a face/É só o amor! É só o amor/Que conhece o que é verdade.

foi mudança do apê de são paulo, de tirar as coisas que contam a minha história, ainda que breve por ali, p'ra receber novas histórias, da nova moradora.

foi tempo também de pular carnaval, só um pouquinho, porque todos os dias de carnaval não é pra mim. e então a gente estava na bela cintra, voltando p'ra casa da mãe da rê a pé, e fomos assaltados. não, eu não estava chacoalhando o iPhone no ar, como alguns disseram. na verdade eu fui. dois caras viraram a esquina atrás da gente e falaram 'não corre, a gente tá armado'. longe de querer pagar p'ra ver, eu entreguei meu celular. não me assustei, não fiquei nervosa, fiquei puta. aquela história de se sentir impotente e de alguém tirar de você algo que é seu. mas eu queria falar, do fundo do coração, que se você é daquelas pessoas que compra coisas roubadas, vale a pena repensar a história. porque alguém pode ter sido assaltado a mão armada, ter sido violentado, para que você tenha um iPhone por um preço atraente, alguém pode ter passado maus bocados...