31.1.15

planejamento p'ra quê mesmo?

Nunca soube fazer planos. Pautar as escolhas baseadas um tanto em ideias... Porque realmente a pessoa pode colar contigo e topar todos os seus "futuros". E depois de uns dias fechar a porta sem nem olhar p'ra trás. Deu muito certo em vários momentos, evitou muita frustração... Mas em tantos outros parecia realmente caminhão desgovernado descendo a ladeira. Se é possível admitir qualquer outra coisa em relação a correr que não seja que eu sofro, é o fato de que a corrida me trouxe alguma organização e um punhado de planejamento. Organização, que me é coisa rara, aparece quando eu encaro meus treinos... Quando tem prova. Até quando eu tenho preguiça. Já o planejamento eu incorporei... É olhar p'ra vida, p'ro ano, p'ro corpo... E pensar onde eu quero chegar e qual vai ser então o caminho... Meu planejamento de 2015 está pronto, eu estou treinando e as coisas estão acontecendo. É bacana ter algum mínimo controle da situação. Ocorre que em se tratando de corrida, planejei a primeira Meia Maratona na Farol a Farol de Salvador e não rolou. Lesão, blé. Depois me organizei toda p'ra Meia de Paris e também não vai rolar... Garota de sorte, eu sou. De brinde, da vida, ganhei a possibilidade imposta de aprender a lidar com a frustração... Pior parte. A mais dura...

2.1.15

sobre correr a São Silvestre II

eu fui lá e corri. hoje, dois dias depois, eu sigo com dor no corpo, dor de garganta, dor nas costas, dor de cabeça e mais de 38 graus de febre. pra que correr? pra que sim. ANO QUE VEM EU TOU LÁ DE NOVO!

1.1.15

sobre correr a São Silvestre

a minha relação com a corrida não conta uma história emocionante... nem linda. nem de superação. eu queria correr. fim. não estava doente. nem obesa. nem vi deus. eu só queria correr. e entre tantas tentativas, eu sempre não conseguia. fora isso, a São Silvestre era uma promessa antiga. não foi por causa dela especificamente que comecei a correr, mas assim que dei meus primeiros trotes eu decretei que no último dia de 2014 eu correria os quinze quilômetros... CORRERIA. e assim foi. fiz a inscrição. treinei bem menos do que deveria por causa de lesão. por causa de viagem. por causa de falta de vergonha na cara. por causa de micro lesão de novo. meu treinamento p'ra prova que eu digo que eu vou correr desde janeiro, desde sempre, foi ridículo. e a culpa é toda minha. vai entender o ser humano... era a minha prova do ano. e eu treinei ridiculamente para ela no último mês. enfim. na véspera da prova eu fui dormir de madrugada, mas pelo menos comi massa. acordei cedo e me rendi ao aipim cozido, fiz uma tentativa frustrada de fazer beiju. lições para a vida: não deixe para fazer a primeira vez qualquer coisa antes ou durante uma prova. nem que seja a própria comida... comi aipim e fui embora, resignada... trouxe uma calça de compressão que não caiu bem um dia antes com os quilos a mais. é que eu engordei... não contei? fiquei incomodada e previ que seria o fim do mundo correr quinze quilômetros ladeira acima com aquela calça me apertando e esquentando as minhas ideias... comprei um shorts qualquer porque eu me recusei a pagar três dígitos numa roupa frufru que eu nem queria. não trouxe de Salvador meu cinto de hidratação - odeio eles - e depois descobri que o primeiro posto era no quilômetro 4... eu simplesmente não me preparei. só garanti a reposição de nutrientes com gel e jujuba, porque eu sou maluca mas não tou babando... comprei uma garrafa d'água e fui correr com ela na mão. um dia antes eu tinha escrito p'ra uma amiga querida que estava com medinho de correr sozinha, e assim a gente combinou de correr juntas. muito obrigada, Lau! eu me dei conta no meio da caminhada que eu nunca tinha corrido sozinha... deu medo. mas fui com medo. e fui com a Lau. a gente se encontrou no último minuto antes de largar, andou por doze minutos até cruzar a largada, e correu. estava um calor de sertão no centro de São Paulo, nem tanto a ladeira da Brigadeiro assustou, mas o sol castigou muito... mas a gente correu. em duas horas cruzamos a linha de chegada, juntas. correr a São Silvestre é emocionante, é confuso, é bagunçado, é muita gente. correr a São Silvestre é indescritível. tem que correr! e ano que vem estarei lá de novo. mais preparada, eu prometo! tem torcida, tem gente apoiando, tem a Gaviões, tem cachorro, tem criança, tem um senhorzinho escolhendo um copo d'água mais ou menos gelado p'ra me entregar durante a prova. existe amor em SP! correr a São Silvestre é felicidade. é divertido. é duro. a prova mais dura da minha vida. e a mais feliz. mais gratificante. foram quinze quilômetros de calor, de ladeira, de multidão, de superação. se no começo do ano eu não tinha uma história linda, foi na São Silvestre que eu me superei. e hoje, olhando p'ra trás, revendo meu primeiro ano como corredora, sim, a minha relação com a corrida é de superação. de todo mundo é. de superar os limites, os medos, os próprios boicotes. 

27.11.13

...

duas pessoas do seu convívio muito próximo resolvem se estabacar no chão, de moto. tudo bem, tudo certo, todos bem menos a moto, mas fato é que eu perdi a minha companhia do projeto 'meia maratona 2014'. tá distante, o recente sonho! a gente ia até se jogar numa consultoria esportiva, p'ra fazer a coisa direitinho, mas tá tudo em suspenso, por agora [pausa dramática. e segue]. respira, colega, e vai remar na praia. porque fato é que eu já ia bastante p'ra praia, daquele papo que eu sempre ouvi e dizia que era balela... 'se eu morasse na praia, eu iria todo dia'. nunquinha na minha vida eu coloquei isso em prática no rio de janeiro. mas aqui em salvador, ah, salvador... se me convidar eu vou. tipo assim, todo dia! e numa dessas a gente parou por ali pertinho dos stand up paddles e ficou namorandinho. é tão lindo e tão poético andar sobre as águas. é bíblico! brincadeiras a parte, ganhar o mar é encantador. aos meus olhos, claro. então numa quinta feira qualquer a gente fez uma aula e se apaixonou! não é porque é o esporte da moda, é a sensação de liberdade e conquista que me encanta. é a sensação de 'pequenez' humana. de lá p'ra cá a gente já saiu p'ra remar algumas vezes, toda quinta feira de manhã é dia e hora de ganhar o mundo pelo mar. e ser feliz. altamente recomendável!

aulas em salvador, aqui: http://axewind.com.br

22.11.13

das coisas da vida

aí você acha uma foto perdida no e-mail que conta um pouco de dias bons...


e alguém comenta assim...


já quis escrever tantas vezes. me peguei lendo as linhas escritas por e para nós, dessas que a gente pensa, tão atual, tão lindo, tanta saudade, tanto desperdício de amor. nunca entreguei a minha felicidade em suas mãos. nunca cobrei que você me completasse. eu sou inteira e sou feliz. você me soma. me multiplica. me transforma. não é passado. é presente. é amor que não se acaba. não há depressão em mim, apesar de meus braços se fazerem úteis. ontem eu li as nossas linhas e chorei. como não chorar? a vida pode fazer de nós o que quiser, e fez. a gente já não é mais junto. é distante. é longe. é lembrança. e p'ra mim é saudade. eu olho p'ra frente e as nossas estradas se afastam. e afastam. e afastam. mas eu preciso dizer que te amo. não. eu não te esqueci. nem um dia sequer. lembro do riso fácil, da irritação provocada, do companheirismo, de ser pau p'ra toda obra. não, não é difícil me perder em boas lembranças. deixar correr uma lágrima. ou abrir um sorriso desatento. porque parece tão perto, tão palpável, tão bonito. sim, sim. eu sei porque findou. eu sei porque se afasta. a razão de ser lembranças. porque a gente já não se multiplica mais. mas nada disso torna as coisas mais fáceis... nada disso torna a nossa história menos desperdício de amor...

10.10.13

e então...

tem um tempo eu perdi a vontade de escrever por aqui. o blog começou com o fim de um namoro. uma história mal contada e mal resolvida. eu queria lembrar. eu queria não esquecer. é a minha casa, sou eu. depois eu tive um apê em sp, que me deu todas as dores de cabeça do mundo, inquilina que não queria sair, financiamento que não queria acontecer, e meses de histórias desgastantes. mas também a boa notícia de comprar meu primeiro apê. depois veio a minha segunda casa, no rio. eu mudei. muito. de estado. de espírito. eu cresci profissionalmente, acho que como pessoa também. eu viajei p'ra onde eu nem imaginava pisar. eu me transformei. então eu tive que devolver meu apê do rio, não tinha grana p'ra pagar o aluguel que subiu quase 40%. e me dei conta do que significava ficar por ali. de repente, em minha vida, eu tinha entrado em uma rotina maluca de trabalhar para pagar conta. e não estava dando, a conta não estava fechando. e desfazer a casa que eu queria tanto e tão bem foi um baque de não querer mais. ao mesmo tempo que você não vê saída. porque a pessoa estudou geografia. mas a geografia já não me representava mais... meu coração andava bem. mas inquieto. daquelas histórias do século passado. de dizer eu te conheço desde os meus quatorze anos. eu te amo desde longe... com ele eu ri muito. eu fui muito e intensamente feliz. com você, leo, eu me sentia mais. porque você não me completa. você me adicionava. que louco é pensar em escolher outro caminho. que triste pensar que alguém não topa contigo o que você acha mais bacana p'ra vida. que outro baque é a realidade de não, eu não topo os teus planos. mais um fim. meu apê de são paulo alugado. minha casa do rio desfeita. e é, era hora de outros vôos. e eu voei. foi assim que eu pousei por aqui. quando a vida apresenta mais uma reviravolta. e você aceita o desafio. qualquer hora eu volto. e conto mais. a vida por aqui é feliz. mas as vezes a saudade é danada...

22.9.13

passou julho, agosto e quase setembro...

tira o pó, varre p'ra debaixo do tapete e vem... cinco meses de lojas e sim, eu tirei e estou tirando de letra! quando surgiu a primeira ideia de ter uma loja, eu pensava bem menos, bem menor. e sabia que seria difícil. de repente são duas lojas, nove funcionários e um bebê e todas as dores e delícias da vida. eu aprendi muitas coisas nos últimos meses, trabalhei feito gente grande todos os dias e até senti saudade quando não estava lá. viver na bahia é um mundo a parte. você e sua bagagem de vida e de roupas pousam por essas terras e de repente cai a primeira ficha, nós somos mal acostumados no sudeste. muito mal acostumados. aqui muitas pessoas são contratadas sem carteira assinada, algumas relações trabalhistas são quase escravagistas e os patrões e sua impáfia, em geral, agem como se aqueles que para ele trabalham, a ele devessem um favor. todos os dias da minha vida eu quero que as pessoas que trabalham comigo tenham dignidade. é minha lição número um. das histórias que eu ouvi por aqui e por ali, não admito que seja essa a relação a se estabelecer, de ganhar uma grana dando apenas o mínimo ou abaixo disso para as pessoas que estão ali todos os dias comigo. e todo dia eu deixo bem claro para as pessoas que trabalham comigo que eu preciso sim delas. sozinha eu não conseguiria jamais ir longe. das outras coisas que eu aprendi, eu entendi que é preciso delegar função. não é possível abraçar o mundo inteiro com dois braços. é preciso confiar. e que as pessoas saibam que têm a sua confiança. assim são construídas relações bacanas de trabalho. convivi, nos últimos meses, com a bebê mais fofa do mundo, desde cedo ela está lá, babando em nossas roupas, puxando meus cabelos, sendo fofa. a mãe dela entra na minha onda e deixa eu tirar fotos dentro da panela. e teodora não tem outra escolha. e ri. e é bom demais. o dia pode estar uma loucura, cheio de problemas, mas aí você para, desacelera, pega no colo e entende que é preciso respeitar o tempo. eu juro que demoro a entender alguém que não queira ter filhos. e o amor e a baba dos filhos. eu quero!

27.6.13

11.6.13

Quando nasci, um anjo torto
desses que vivem na sombra
disse: Vai, Carlos! ser gauche na vida.

As casas espiam os homens
que correm atrás de mulheres.
A tarde talvez fosse azul,
não houvesse tantos desejos.

O bonde passa cheio de pernas:
pernas brancas pretas amarelas.
Para que tanta perna, meu Deus, pergunta meu coração.
Porém meus olhos
não perguntam nada.

O homem atrás do bigode
é sério, simples e forte.
Quase não conversa.
Tem poucos, raros amigos
o homem atrás dos óculos e do bigode.

Meu Deus, por que me abandonaste
se sabias que eu não era Deus,
se sabias que eu era fraco.

Mundo mundo vasto mundo
se eu me chamasse Raimundo
seria uma rima, não seria uma solução.
MUNDO MUNDO VASTO MUNDO,
mais vasto é meu coração.

Eu não devia te dizer
mas essa lua
mas esse conhaque
botam a gente comovido como o diabo.

8.6.13

aimeudeusdocéueuvoumorrer!

sabe quando a gente se apaixona? eu me apaixonei. outro dia, fazendo um tour por Salvador, eu conheci o edifício Eldorado maislindomaravilhosoedesejado desde então - por fora, tá, mas é um começo! arquitetura modernista que ganhou meu coração, com sala de janelões e vista mar. amei. muito. daquela coisa que você tá andando de carro e para e fica besta olhando e só vai embora quando o outro carro buzina... e eu acordo. e vou trabalhar. e fico calculando quantos centos [milhas?] de panelas e formas eu preciso vender p'ra chamá-lo de meu. ó céus. são muitas... mas me aguarde! ;)

ps: e eu já chamo de meu apartamento...