20.3.10

o começo...

um dia minha mãe escreveu assim n'um livro todo dela e de queridos que escrever é fazer história. então que um dia eu li um blog que contava a história de ter uma casa... e foi aí que eu quis também.

p'ra começar...

voltar p'ra são paulo é plano desde que o caminhão de mudança virou a esquina. lá na zona norte... passados cinco anos quase seis de campineira, uma faculdade de geografia depois, doze meses de muita história na terra da rainha, algumas boas viagens, bons planos de ser feliz importando muito os meios, mega festa de formatura e uma crise mundial e pessoal, eis que me vejo dirigindo rumo a são paulo para uma desejada entrevista de emprego!

outubro de dois mil e nove. começo. esqueci do namoro recém terminado, das semanas de lágrimas andando de pijama. das meninas que quase que moraram comigo p'ra lembrar tudo de novo o que é ser feliz!

quando eu cheguei de são paulo naquele mesmo dia eu descobri que era eu, era meu! ser feliz e mais nada, sempre... sampa agora era realidade muito próxima.

bom, que aí foram uns dias de angústia até ser meu de verdade. já era outubro. fins... e eu fui p'ra sampa de malinha, animadíssima, ficar por uns dias na casa de uma querida. dias que perduram até os dias atuais.

é exatamente quando entra em cena a minha casa. meu apê me escolheu no feriado de novembro. custava o que eu podia pagar! era exatamente onde eu queria morar uma vez que a avenida paulista era plano em suspenso... um tamanho nem tão opressivo assim... com dois problemas: um sabido - a inquilina. um conhecido logo depois - a imobiliária.

exatamente no meio de novembro. 2009. sábado. o contrato de compra e venda foi assinado! advogada, apertos de mão, cheque da entrada [medo!] e era QUASE meu!

a verdade é que o caminho não é fácil, nunca é. muitos documentos p'ra caixa. muitas assinaturas. muitos dias de espera.

eis que o presente de natal foi a notícia que ainda mais documentos seriam necessários... quase quinze dias sem nada que pudesse ser feito porque eu penso que o calendário cristão não colabora com as pessoas que devem coisas p'ra qualquer que seja a burocracia...

nesse meio tempo eu ouvi coisas absurdas da corretora, que ela não se responsabilizaria caso o engenheiro da vistoria não conseguisse falar com ela na imobiliária. ouvi também que o contrato de compra e venda original da imobiliária havia sido dado para a inquilina e eles não tinham mais nada que comprovasse a compra/venda! ouvi que tudo nessa vida tem um custo, ainda que o custo seja trinta e cinco dinheiros... ouvi tanto que eu resolvi não falar mais nada. a santa advogada entrou em cena p'ra fazer TUDO que eles deveriam ter feito e ainda intermediou a comunicação difícil com aqueles que ganharam o meu dinheiro e também os meus piores sentimentos!

o nome da imobiliária? cleverbil.

o que mais falar deles? bom... a verdade é que eles não defendem a cliente aqui! e não fizeram aquilo que deveriam fazer. dizem por aí que é tudo meio assim.

faça um teste: ligue n'uma imobiliária e diga que quer comprar um cafofo por até 130 mil contos de réis ali na região da vila madalena, paulista. espere até 365 dias úteis e depois me conte se teve algum retorno! será que só pra mim o dinheiro é suado e insuficiente na maioria das vezes? pior! eu sei bem quanto tempo eu demoro p'ra ganhar o que a imobiliária levou de comissão, fácil, fácil...

tá. já era dois mil e dez. eu ouvi que a cef não tinha dinheiro p'ro programa de onde sairia o meu financiamento. 'tava' tudo no 'minha casa, minha vida'. só que a 'minha casa, minha novela' tava correndo solta. e o mundo dando de ombros p'ro fato de que é direito universal a ser humana aqui ter onde morar!

neste mesmo dia o gerente me contou que a proprietária casada em comunhão universal tinha tido um avc. t'ava no hospital... num ataque súbito de ingenuidade eu pensei que ali no meu apê morava um sapo, enterrado, não era possível. coitada da dona coisinha! aí que eu liguei prum ser pensante que por sorte [e amor e graças a deus e muita admiração] é meu pai e ele falou exatamente assim ó:

putaqueôpariu! se essa mulher morrer, fodeu!

aí eu entendi tudo! e chorei... que nem criança! meu apê ia parar em inventário na reta final! não podia não. ah! o namoro tinha voltado, bons ares quando os ventos sopram à deriva...

e foi no dia de iemanjá que todos assinamos folha sobre folha e eu vi que a minha dívida vai exatamente até o ano de dois mil e trinta e cinco [medão, de novo]. se for p'ro mundo acabar mesmo em dois mil e doze eu pagarei apenas umas poucas prestações! mas será, sr. deus, que dava p'ra eu passar esses dias lá em casa? de hoje até o fim do mundo?

porque a verdade é que prazo é luxo! elas [mãe mais três] sairem da minha casa para quê? eu ter onde morar? por que?

dona coisinha foi assinar o contrato com a cabeça quase aberta. aquela altura do campeonato eu precisava mesmo era da mão dela... de lá p'ra cá eu ainda não vi o dinheirinho do aluguel porque ninguém da imobiliária me contou que avisar o antigo proprietário de que o valor estava desbloqueado era minha responsabilidade.

e eles também disseram que não tinham sido informados da efetivação da venda! oi! se você tivesse feito a sua parte você teria acompanhado o processo todo! pega mal falar a verdade? isso pode ser usado contra mim? xingar não é coisa de gente adulta né? droga! =P

um dia eu fui lá medir a minha futura realidade. cafofo pequenininho viu? como que moram em quatro? não quer ir morar num lugar mais legal não? feio falar isso também né?

tou chegando a conclusão que não dá p'ra dizer muita coisa! nessas de falar e não calar, o namoro desandou... de novo... novas velhas situações... cada um sabe a dor e a delícia de ser o que é. fica o convite eterno de ser feliz e mais nada... e ó, compartilhar é palavra de ordem! fica a dica! companheirismo... essas coisas. quer namorar, meu bem?

bom, a novelinha da casa é assim... duas portas p'ra lá mora dona fulaninha. que comprou um outro apê. que mora um moço que não paga. ação de despejo nele. oficial de justiça. quinze dias p'ra sair por bem... deu quinze dias ontem! que saia por mal, dou de ombros! o que mesmo isso tem comigo? bom, daí dona fulaninha muda. a minha inquilina que disse que eu terei uma mãe no prédio [não quero, tá? tenho a minha e morro de amores] dá um tapa no apê duas portas p'ra lá e faz a mudança no braço.

a verdade é que isso não tem nada comigo. mas eu tenho que engolir esse blablabla porque só posso entrar com ação de despejo [sonho de consumo] após três meses de propriedade. não há nenhuma irregularidade, infelizmente. que é dia depois do dia do trabalho. tou eu aqui, trabalhando oito horas diária com direito a dia e tudo. uma vida de gado danada p'ra ir e voltar da labuta... hoje mais do que nunca sem ter onde morar porque daí que novelas são o que compõem a nossa história e eu já conto esta outra... andando amarrotada pelas ruas da cidade e comendo fora basicamente todas as refeições do dia... e os lanchinhos quaisquer que sejam...

então é isso... quando as quatro marias xisparem [?] de lá, todas as paredes irão abaixo! aí sim começará a diversão! e as dívidas! =P

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