21.3.10

quando mentir for preciso, poder falar a verdade...

hoje eu acordei com vontade de falar de amor. ainda esta semana saí com duas primas queridíssimas... e uma contava do namoro e mais ou menos de tudo que poderia ter sido e que não foi e chorava ao telefone, antes...

às vezes eu tenho vontade de chorar junto. sou fã do amor. torço, me envolvo e desejo o melhor do mundo para aqueles que acharam que era melhor que fosse tudo a quatro pés e mãos e muito coração...

porque amanhã faz exato um ano que uma das irmãs minhas casou. vinte e dois de março. na ocasião eu chamei um amigo querido p'ra me fazer companhia. era perto de onze da manhã quando ele surgiu lindo para me pegar. era por volta de seis, da tarde, do mesmo dia, quando a gente se beijou a primeira vez. então que amanhã também seria um ano de amor meu.

mas é que a história nunca é bem assim... entre idas e vindas ainda é difícil falar o que ficou. não vou falar dele, não vou contar dos fantasmas dos outros... sempre isso: cada um sabe a dor e a delícia de ser o que é...

eu amoele profundamente... dia desses a matricarca da família perguntou porquê... e daí que não tem razão. é tanto e tão forte e tão intenso que não são justificativas isoladas. não está nos cantos. é tão completo. está ali... é tudo... é olhar p'ra ele e ver o pai dos filhos, o companheiro de viagens, ver quem vai puxar carrinho de supermercado ao seu lado quando estiver tudo vazio, é p'ra quem eu quis ligar todas as tardes p'ra falar de amor.

mas nós somos quem nós somos. eu acho que saí da idade crítica de traumas bem pouco atingida por eles... tenho uma família que eu amo e admiro e desejo só o melhor. pessoas que me formaram e me formam diariamente. e a verdade é que são pessoas tão FODA de bom que seria de uma injustiça tamanha não tê-los para aprende-los...

e há na existência humana a contradição eterna de quem somos de fato e como gostaríamos que as pessoas nos compreendessem... e quem junta estes cacos somos nós. e a gente se dá para o mundo. alguns criam personagens insustentáveis com o tempo, que os tornam prisioneiros da existência. outros fazem a opção pelo riso e pela graça. outros inventam histórias que com o tempo quase que são verdades e depois já nem se sabe o que é o que... e assim se faz o mundo. que sete dias que nada...

e outro dia surgiu a dúvida. várias. aí que pela primeira vez eu quis fazer análise. a outra prima, que também saiu esta semana passada, quando começou me disse... fui porque achei que tinha um problema, quando cheguei lá descobri que eram vários. eu achando que passei com marcas nem tão profundas pela fase crítica do trauma e de repente eu posso/vou descobrir que nem é tão verdadeiro assim!

acho que a primeira coisa que você aprende com a análise vem antes mesmo da primeira conversa. porque é dum tanto caro que você fica seletivo com os problemas... quais problemas e assuntos e sei lá o que merecem, de fato, tal investimento. é ridículo por demais fazer análise pelo plano de saúde? é porque a cifra não cabe no meu orçamento de geladeira, fogão, quilo de sal e potes de veja, coloridos... pai-ê! me dá mesada?

bom, sobre o amor. não acabou. pena que não é mais história de andar junto a mesma estrada. mas conviver com a dúvida eterna do 'não sei o que quero' não cabe exatamente nas minhas expectativas de amor... então falar tiau é preciso p'ra cada um ser feliz do jeito que acha que deve... a vida é feita de escolhas...

então amanhã vai ser um dia meio triste, meio cinza. não de chorar o travesseiro todo. mas de pensar muito. amanhã também vai ser um dia de não ter onde morar... de não ter p'ra onde voltar. amanhã eu penso isso. já que vai ser um dia mesmo de pensamentos longes.

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