17.5.11

minha cama de casal...

se o primeiro soutien a gente nunca esquece [mentira que eu não faço ideia do meu], a primeira cama de casal eu não esquecerei jamais. porque eu fui de dormir em cima de uma cama de beliche para me mudar para campinas e convencer a minha mãe que comprar uma cama de casal para mim era um negócião! ela cedeu aos meus encantos ou cansou dos meus argumentos e então quando eu ganhei um quarto todo meu eu ganhei uma cama de casal. que é meu xodó. eu adoro aquela cama que hoje mora na casa de são paulo. então todo aquele espaço só meu me fez sentir latifundiária das camas e desenvolvi até um certo preconceito com as camas de solteiro, chamadas carinhosamente por mim de cama de criança. assim como coberta de solteiro, que cobre aqui e falta ali. enfim. quando eu mudei para o rio, corri comprar um colchão super bacana e simmons é meu xodó carioca. tudo isso para dizer que o meu casamento está em crise. explico. eu não sou casada. mas andei pensando umas coisas na vida e cheguei a conclusão que eu gosto da minha vida assim. não que isso signifique que eu nunca vá casar. eu sei que meus relacionamentos por tempos bons não levam nome. nem rótulo. nem nada. p'ra mim assim tá bom. casar não é prioridade. acho que eu vou casar um dia. eu quero ter uma festa para dividir com todo mundo uma alegria que provavelmente não caberá em mim. p'ra mim é tranquilo pensar em beijar para sempre a mesma pessoa. me ver velhinha ao lado de alguém que eu escolhi para dividir vários anos da minha vida. viajar para os cantos mais estranhos com aquela pessoa. passar natal e ano novo sempre junto. ter filho e então ter que falar de educação e fazer as contas do material escolar. imagino que deva ser uma rotina que eu vá gostar. mas meu casamento está em crise porque me assusta muito a possibilidade de nunca mais dormir sozinha. eu não sei se eu consigo fazer meu sentimento  claro. e talvez dormir seja uma metáfora. mas faz parte da minha vida hoje esperar a pessoa de braços abertos em casa, no aeroporto, na rua, na chuva, na fazenda. eu não sei se eu saberia conviver com uma relação onde não existisse saudade. não existisse o desejo maior de voltar p'raqueles braços. não existisse a certeza de que voltar ou esperar voltar é a melhor escolha. e hoje, dezessete de maio, criou-se em mim o pânico de perder a identidade. transformar dois em um. dois são dois. como assim não ter a casa só sua de vez em quando? passar máscaras coloridas no rosto, enrolar o cabelo com bobs, passar o dia de pijama, fazer depilação @home, ligar o som bem alto e dançar em cima da cama, p'ra quando a pessoa chegar você ouvir que você está linda [porque você estará!] e de novo ter a certeza que o reencontro é o melhor negócio! e que a saudade existe pelo que se tem. não por aquilo que vivemos um dia...

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