18.4.10

família ê!

porque os preparativos estão a mil por aqui. casacos, malas, meias, vulcões, remédios, listas todas do mundo. sabe, eu gosto de listas... ir vendo que as coisas estão rendendo e acontecendo.

mas o que eu ia falar mesmo é que eu amo a minha família demais. porque um dia eu tive um ataque de nervos em são paulo e vim embora p'ra campinas. dessas coisas que às vezes não se entende. mas o ônibus fretado p'ra mim é quase igual dignidade ultimamente!

nesse dia de ir embora no ímpeto do momento eu avisei a minha mãe que ia voltar. que ia passar uns dias em casa. indo e vindo. e depois via o que fazer. quando eu estava saindo do escritório, amigo esperando na porta p'ra trazer de carona, luxo só. porque nessas horas mãe que é mãe profissional tira amigo da manga da camisa que pode te levar p'ra casa a qualquer hora do dia ou da noite. então... aí minha mãe pergunta pela internet: você quer que eu faça feijão? e eu nem sabia que ela sabia fazer feijão. salvo lembrança vaga da infância de meu pai ter querido que ela fizesse feijão em um acampamento qualquer. e nem sei se é verdade mesmo ou se é lembrança torta. em trindade. saudade.

parênteses: última vez que eu estive em trindade foi em janeiro, quando eu ainda andava com pessoas que viajavam só comigo para me agradar...

minha mãe é daquelas que sabe reconhecer quando não falar nada. eu posso ter feito a coisa mais errada do mundo. eu me auto penitencio e ela cala. quando eu perdi a minha máquina fotográfica novinha em londres, eu liguei e falei que ela não precisava falar nada. que eu já estava mal o suficiente. aí ela falou. e disse assim: vou falar para o seu avô depositar o dinheiro que ele te deu de presente e você compra outra! e assim vai. então que neste dia ela achou que feijão tinha gosto de casa da gente. e fez feijão p'ra janta. e jantamos todos. felizes.

no dia seguinte eu voltei e tinha macarrão com bacalhau. aí no dia seguinte minha mãe mandou dizer que chegava de farra, que ela não ia fazer nada porque ela tinha mais o que fazer! tá né. mimo aqui em casa às vezes tem limite. mas aí a minha avó saiu desenfreada lá da cozinha e disse, pergunta o que ela quer comer que eu faço! essa é a minha família! tem como não amar?

meu avô me diz assim: pega os pratos da sua avó que você quiser. pega mais! sabe aqueles pratos lindos de quando ela casou? e por ele, ele desmontava a própria casa toda p'ra fazer as netas felizes. este mesmo avô que relutou um monte com a viagem p'ra itália e aí então cedeu. porque ele será mesmo quem mais vai se divertir. e agora este mesmo avô está acompanhando as notícias do vulcão de nome complicado em tempo real com pânico de a viagem não rolar!

tenho uma irmã que me diz: pede as contas e vamos p'ra itália que ainda dá tempo! eu cubro seu salário! vem morar no rio! e fala outras coisas mais absurdas ainda. e vai morar em casa sempre que tiver reunião em são paulo. e é engraçada até. e é por quem eu sinto amô lôco...

e tem o pai. que me trata como a criança da casa. que ri das minhas inquietações. que fala umas coisas que dói até na alma quando um namoro termina, mas que faz as análises mais lindas. que assume sem medo de ser feliz que jamais vai gostar de qualquer pessoa com quem eu me relacione como namorada. que me dá as roupas mais fashions que eu tenho. que me liga e fala oi. oi! que me disse quando eu estava chorosa que eu precisava encontrar a felicidade dentro de mim. e eu relutei. disse que estava difícil até. e ele insistiu. e disse. tem que ser assim, baby.

tenho outra irmã que me mima e torce comigo e vibra com as minhas confusões sentimentais e fica feliz com qualquer sinal de cunhado que eu possa arrumar para ela e que prometeu que vai em casa cozinhar p'ra mim.

tenho família e amigos que eu simplesmente amo. e é amor de verdade. eu tento retribuir tudo, mas eles são tão especiais, tão queridos, que às vezes é difícil fazer tudo igual. mas eu ligo. falo merda. vou ver vestido de noiva junto. falo de casamento, reforma, presentes. vou ao shopping ajudar nos preparativos. penso os presentes para dar com o maior carinho do mundo. compro bugigangas pro pai. dou meus pulos. e tento fazer a diferença para eles também...

mas começou o post porque eu queria contar que hoje eu liguei p'ra minha vó p'ra dar bom dia. e ela falou: sobe que eu vou fazer café fresquinho. e então o domingo ganha outras cores quando a gente acorda e pode tomar café de vó. e acompanhar o processo de arrumação de mala... e falar da vida...

são outras cores p'ra vida... cores de ser feliz. esta é a casa que mora dentro de mim...

2 comentários:

Unknown disse...

Lindo!

Tô sentindo sua felicidade!

Fefê.

E quem quiser que conte outra!!! disse...

Sabe como eu sei qdo eu tô em casa...qdo sinto um aconchego e um amor bom pra me acalmar...aqui sempre tem um espacinho pra vc...amo mto...