9.10.11

confusão

meus relacionamentos amorosos sempre foram um tanto confuso. nunca falei claramente de nenhum deles por aqui p'ra me preservar. para preservá-los. ainda que se fale em confusão, eu nunca deixei de entrar de cabeça em nenhum deles. de vivê-los completa e intensamente. tem a história mais longa. a mais intensa. as outras que eu nem conto. a que acabou sem saber. é tudo tão confuso que são dois com mesmo nome. uma das minhas histórias começou em 1999. há doze anos. éramos tão imaturos mas admirávamos igualmente o outro. e foi assim em todos os momentos de nossa história. amizade que nunca faltou. palavra de conforto e admiração que esteve sempre presente. onde fosse. ele nunca impediu os meus planos e sonhos. eu nunca interferi na vida dele. tantas vezes a gente se afastou. e tantas outras a gente voltou. atualmente, na última vez do encontro e do desencontro, senti orgulho de nós. ainda que muita coisa exista no outro que o um não gostasse de ver, é fantástico ver o tanto que crescemos e amadurecemos. ultimamente não fizemos questão de dar nome a nada. mas sabíamos que cada momento juntos era bem real. aí então nos separamos de novo. com a frustração maior do que querida de que ainda temos em nós muita coisa que o outro não consegue suportar. e como nos é caro estar juntos. a última vez que nos reencontramos, eu e leo, um relacionamento meu tinha terminado há bem pouco. meu outro namorado um dia acordou, sem nunca ter dito nada antes que sinalizasse que as coisas não estavam bem entre nós, e disse que não me amava mais. é uma sensação de vazio indescritível. é perder o chão. é devastador. é olhar para o outro e sentir o tamanho da covardia de alguém frente a outro. o tempo passou, eu entendi que aquilo, ainda que não de forma intencional, tinha sido o maior ato de generosidade que alguém poderia ter me feito, a minha vida sem ele me agradou. e talvez eu nunca me desse conta de que poderia ser melhor. porque era bom... então eu e leo nos reencontramos depois de três anos de não ver. e o comentário dele em relação ao fim do meu namoro foi: bem feito. e riu. eu ri dele, era genuíno, mas sem rancores. e tentamos mais uma vez. foi uma história breve de dois que tentam resgatar tantas coisas. repito, tive orgulho de nós. tive a certeza que não era admiração boba. de repente duas pessoas que se conhecem há 14 anos se reencontram e percebem que tanta coisa mudou e que somos melhores. essa semana passada eu respondi um email para ele dizendo que acreditava ser uma história desgastada. estranho pensar que só amor não basta. para além do respeito que sempre tivemos, da admiração, da amizade, é preciso ter mais. e eu não sei como chama o mais... então outra história se fez, o outro leo surgiu, meu amigo desde dois mil e pouquinho, que sempre fez mais questão de preservar a nossa amizade do que eu, confesso. meu ex namorado por duas vezes, uma história que junta ser incrível com ser confusa e sofrida. história que eu optei por deixar distante da minha família. de alguns amigos. não foi pouco amor. nunca foi. não foi pouco intensa. não mesmo. é uma história que eu não sei contar. começa com um email, se desdobra, acontecem encontros, promessas, resgate de tantas possibilidades, dos planos, até o dia que ele pousou por terras cariocas. foi incrível, ainda que tenha ficado o nó na garganta que se desfez depois, com conversas... foi o resgate de uma história que eu sempre acreditei que, pelo tamanho, deveria ser vivida. e é uma história que se conta com o uso da palavra reconquista muitas vezes. tivemos que reconquistar tantas coisas. eu quis investir novamente em uma história que eu acreditava. que eu achava que valia a pena reviver porque era tão intensa e cheia de amor. hoje eu li as tantas mensagens trocadas. li o e-mail que fez com que tudo voltasse a acontecer. eu reli. eu refiz a história na minha cabeça. e posso dizer, sem chão, que eu não entendo porque acabou. com um sentimento de vazio gigantesco. e eu poderia reler mil vezes tudo que foi escrito. não tenho como encontrar naquelas palavras as outras palavras que eu ouvi. é triste. o nó na gargante hoje é outro. e eu nem sei descrever. eu nem sei contar. se alguém de vocês me encontrar por aí, me dê um abraço apertado. e diz que vai ficar tudo bem. é o que eu quero e preciso ouvir... e não me diga mais nada!

Um comentário:

ana carolina disse...

vai ficar tudo bem! acredite!
sinta-se abraçada!
=)