30.11.11

cadê as histórias lindas?

poxa, não sei quais histórias exatamente... histórias das minhas casas andam paradas. tenho pensado seriamente em desfazer o apê de sampa e colocar p'ra alugar. falta coragem e é tão gostoso tê-lo, chegar a noite por lá e me jogar na cama e ter certeza que a vida é bem boa e que aquilo é meu! não tenho comprado coisinhas p'ra casa para além do que trouxe de viagem - e do dvd, não tenho pintado paredes - apesar da lata de tinta esperando por isso, nem feito toalhas de mesa - e tenho tecidos lindos, ando meio monótona em assuntos de eraumavezminhacasa. é que estou tão cansada fisicamente, precisando descansar. hoje entrei no banho e uns vinte minutos depois eu pensei, 'meodeos, o que eu ainda estou fazendo aqui? já era p'ra ter saído faz tempo!' lâmpadas foram trocadas e parafusos apertados. mas isso também não dá boa história p'ra contar. a não ser que eu conte que ele disse assim, 'me arruma uma chave de fenda que eu vou dar um jeito nessa fechadura aqui [a do banheiro, que saía na mão]! tó! faz um favor, alcança um sabonete ali naquela caixinha p'ra mim? essa? que chic!'. no que eu olho p'ra pessoa p'ra saber o que está acontecendo eu vejo uma chave de fenda entrando no meu sabonete. achei que tava fazendo graça. mas resolvi perguntar 'tá tudo bem aí? ôôôôô mayumi! ih! não são dois???'. tinha uma gente tentando partir um sabonete ao meio - com uma chave de fenda! eu ri depois olhando p'raquele sabonete grandão furado! no fim de semana tinha me prometido tapar o buraco da parede com o gesso e não o fiz. tou uma negação! não sei reproduzir as histórias todas que me fizeram rir tanto no fim de semana. será que eu tou ficando desinteressante? ui! cansada, tepêemica e com soonoooo. não sei mais falar de casa, não sei reproduzir o que fez rir e não sou nem doida de falar de amor. nem dos meus, nem dos outros! eu só sei o que eu quero. e só... já fiz tanta bobagem nessa vida, não sou a melhor pessoa p'ra dar exemplo. mas eu sei contar causo. sei ouvir. e sei reconhecer uma história bacana. sabe um texto que já apareceu tanto aqui, escrito pela parenta, que diz 'ele e ela se amam...'? é um pouco da minha história. e é um pedaço meu tão grande... que acaba que ocupa quase mais que metade dos meus anos. vou pintar essa história de rosa? nem pensar! a gente já fez tanta bobagem. pensa bem quando tudo começa aos dezessete, se conhece desde os catorze... tem que dar merda, né? se não der, tá errado, por princípio! nem vou contar que a gente nunca brigou, porque quem conhece nem ia acreditar. iam rir. também não vou inventar histórias p'ra contar que a nossa história é mais bonita ou mais poesia ou mais perfeita. não vou! é história de gente, sabe assim? problemas palpáveis, brigas bestas e altamente desnecessárias e o esforço maior do mundo p'ra irritar o outro e ficar puto porque o outro irritou e brigou. a gente já brigou tanto, se separou tantas vezes, não entendeu o outro mais ainda, querendo que o outro vestisse nossas vontades. querendo que o outro fosse outro. mas na verdade eu aprendi assim... 'ao ler aquele livro, o livro fica mais morena, e a minha casa fica mais sertão'. e nada mais será como antes! quando eu olho a minha história daqui, eu vejo que nada foi em vão. das bobagens que eu fiz aos dezessete, do que sou hoje, das minhas escolhas, dos cantos por onde andei. até das brigas. e falando mais especificamente, das nossas idas e vindas, sempre o que fica são coisas boas, que justificam as vindas novamente. ainda que o natural fosse que não existissem as idas. eu quero dizer, de novo e sempre, que eu me orgulho imensamente de ti. te admiro dum tanto que não tem tamanho. eu acho as suas fotos as mais lindas do mundo. p'ra mim os seus textos são pura poesia. você é das melhores companhias p'ra viajar. e jantar. e passear. e abraçar. e rir. eu nunca vi ninguém falar tanto o meu nome como você. e nunca gostei tanto assim de ouvi-lo...

Nenhum comentário: