17.11.11

Um pouco de Cape Town...


A África tem lugares tão lindos que a gente sequer imagina. Achei que começar assim era o jeito mais legal de desfazer uma não imagem que carregamos. A gente simplesmente não sabe o que encontrará até estar lá. Com raras exceções, claro. Não nadamos com tubarões ou fizemos safáris, nem pulamos de bungee jump. A ideia era ficar por ali e conhecer o mais possível em tão pouco tempo. E saiba, quatro dias é bem pouco tempo. Primeiro porque é uma viagem bem cansativa. O vôo que sai do Brasil vai para Johanesburgo para depois voltar para Cape Town. E depois porque sério, eu achei tudo por lá lindo... A gente alugou um carro: ‘the cheapest one, please!’. É, pois é, a gente apostou no fator surpresa sobre como nos locomover. Ainda bem que alugamos o carro e o GPS, porque foi mais legal poder decidir sobre o rumo a tomar e também porque o endereço do hotel que eu anotei estava simplesmente errado. Eu acho... Fomos parar em um bairro residencial longe de tudo, bem bonitinho. Então preciso confirmar, mas acho que o endereço do Circa Hotel no booking.com está errado. O hotel é bem legal, em uma promoção acabei pagando 715 rands a diária, algo em torno de 170 reais. O hotel fica perto médio do Waterfront, dum tanto que daria p’ra ir a pé. Nós até fomos no primeiro dia, mas não achamos uma ideia muito bacana. No caminho encontramos pelo menos duas pessoas pedindo dinheiro que nos acompanharam por muito tempo. Chato. Voltamos de taxi, e o problema é o mesmo no Rio de Janeiro ou em Cape Town, rola um querer se dar bem em cima de você! Voltando... Estávamos perdidos lá longe com o endereço errado, mas como meu anjo da guarda é bem bacana comigo, ele tinha me soprado p’ra copiar o mapa do hotel, de forma que foi só olhar uma outra rua perto e descobrir que estávamos do outro lado da cidade. Chegamos no hotel e demoramos um tanto até encontrar a entrada porque ela fica em uma rua que não passa carro, o staff é bacana, vão te dar o controle remoto da garagem – o que dá mega independência, você vai subir p’ro quarto, se der sorte vai descobrir que reservou uma penthouse com 110 metros quadrados e pronto. Um bom começo de viagem! Chegamos no sábado e o mais estranho é que é tudo muito vazio. Muita coisa fechada, pouca gente andando nas ruas. Ou a gente ainda não entendeu como a coisa funciona, ou os sul africanos andam pouco a pé! Daí que o reconhecimento do terreno foi no Waterfront. Comentário primeiro de que parece uma Disney World. É meio verdade, tudo muito organizado, limpo, caro, p’ra inglês ver. Pelo que eu entendi, os bons restaurantes estão por ali. E foi onde encontramos a maior concentração de pessoas! Primeira nota mental relacionada à África: cuidado com as compras ou a sua casa vai virar uma extensão do artesanato africano! Dá vontade de comprar tudo! Viaje com uma pessoa que não tolera compras e lojinhas e seu cartão de crédito agradecerá! A gente voltou todos os dias ao Waterfront, para jantar, compras, câmbio, tudo. Acho que foi a solução mais prática, ainda que não a mais barata e provavelmente não a mais legal! O fuso com a África do Sul é de quatro horas, portanto acordar as oito significa acordar as quatro. Sofrido! Mas né, o preço é em Rand, a conversão foi ruim e a gente não tem tempo a perder. Dia seguinte, Cape of Good Hope, lá onde o vento faz a curva. A gente abriu o guia, escolheu um caminho, digitou no GPS, carinhosamente apelidado de portuguesa filha da puta, e fomos. Só dá p’ra explicar a boniteza do lugar com foto. A nossa escolha foi ir por Hout Bay, pegamos uma estrada cenográfica chamada Chapmans Peak, linda, linda, linda – o guia da Folha não dá o devido valor, in my opinion! Pode ir contente, vai pagar 31 Rands de pedágio e vai ficar feliz. Se você for uma péssima [ou o, whatever] co-pilota como eu fui, vão pagar o pedágio três vezes, mas ainda assim vale a pena [nessa hora as opiniões já estavam divergindo!]. Tem uma praia deserta, de areia branquinha e mar verde que vale a parada. De lá, Cape of Good Hope. Vai com fé, é bem legal. Paga mais um tanto p’ra entrar no parque nacional da Table Mountain [onde está localizado o Cape of Good Hope e o Cape Point], estaciona o carro, leia o aviso que os Babbons podem roubar sua comida e são fofos porém pouco amigáveis e vai. Sobe a pequena trilha a pé, coloca a língua p’ra fora e vai mais. A vista de cima do farol é linda! De inexplicável mesmo! Tem uma outra trilha que também vale a língua p’ra fora e a triste consciência de que somos mais sedentários do que gostaríamos e que naquele momento não há nada a se fazer [a ignorância é uma benção!], que vai p’ra Dias Beach e para uma outra quina de rocha ali longe, com uma vista ainda mais legal. Se demore por umas horas - em novembro tinha muita água viva, de não dar ânimo nem p’ra molhar o pé, mas vale cada gotinha de suor e até a raiva já superada do velhinho japonês ter se saído muito melhor que eu na subidona! Aliás, eles estão por toda parte! É lindo de tirar o fôlego! Quando estiver voltando, a primeira estradinha a esquerda, vindo do farol, é onde está localizada a placa que diz que ali é a latitude mais latitude da África. E de brinde tem os avestruzes simpáticos que perseguem turistas mais saidinhos! Volta p’ra casa morto de fome, se der tempo [porque p’ra gente não deu!] passe na reserva de penguins de Simonstown! Acho que fecha 18h30! Dia seguinte, determinação máster de subir na Table Mountain [coisa que passou em questão de minutos assim que a atendente falou: no view! too cold!]. As nuvens estavam por toda parte! A gente decidiu então ir p’ra região dos vinhedos. Groot Constantia. É bacana, apesar de termos concluído que deve haver outros bem mais legais – é claro que a nossa falta de organização e planejamento ia nos prejudicar em algum momento. Mas ok. É uma fazenda linda. Com um almoço médio e nem de longe o melhor vinho que a gente tomou! Mas valeu bem a pena! Por 38 Rands você experimenta cinco vinhos e aprende um monte sobre o processo de fazer vinho. Bem legal! E decide também que vai comprar os que vai levar p’ra casa no mercado! Quando a gente voltou, o tempo estava lindo, limpo e a gente decidiu que era a hora perfeita de subir a Table Mountain. E assim foi! Chegando lá em cima, de bondinho, porque tempo não estava sobrando, lindo, lindo, lindo, azul, nuvem, mais nuvem, muita nuvem. E frio! Daí que a gente viu de tudo acontecer lá em cima. Bem legal! Então desembolsa 195 Rands e sobe também! E anda tudo por lá, que é essa a graça! A gente perseguiu entrar dentro da nuvem! Missão semi finalizada! Volta p’ra casa, vai jantar no lugar de sempre que amanhã tem mais! Amanhã era o último dia de passeio, Robben Island e centro. Né? Não! A nossa falta de planejamento não comprou os tíquetes e só tinha p’ra daí dois dias. Na porta do píer algumas pessoas fazendo um protesto com placas dizendo sobre a segurança da ilha e dos turistas. No fim nem deu p’ra entender, porque o papel que dizia ‘strike alert!’ que eu peguei eu acabei dando p’ra uma funcionária do píer... Mas tem alguéns decontentes na terra do Mandela! Missão abortada sobre ir ver de perto onde ele ficou preso. A gente rumou para o centro. Andamos, andamos e andamos, fomos a um museu X, andamos mais, compramos tranqueiras na feirinha, negociamos tudo e de tudo e cheguei a incrível conclusão, porém óbvia, que tem coisas que as pessoas simplesmente entendem e se fazem entender, mesmo sem falar o idioma! Leo comprou o que quis e pagou o quanto quis! E eu também! De tapete a máscara de girafa – e daqui saiu a primeira nota mental. Corre-se o risco da casa virar uma grande pequena África! Aí a gente sentou para almoçar no wine bar do Mandela Rhodes Hotel. E voltamos p’ra comprar vinho no mercado, passear na farmácia [eu adoro!] e Leo me levou até p’ra fazer compra. Quem conhece sabe o tamanho do esforço! Depois tem mais. E fotos...

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